Dois quilos perdidos em dois dias e eu não estou feliz com isso. Porque foi de forma nada saudável. Simplesmente não posso comer nada. Mas não vou entrar em detalhes, porque vocês já entenderam, né.

Telefonemas depressivos logo de manhã, e a sensação de impotência de não poder fazer nada, além de escutar.

Não tô triste nem nada, mas sabe o que eu queria hoje? Ir ao salão, cortar e pintar o cabelo (urgente! urgente!), voltar pra casa e terminar de ler "As Horas" comendo uma bomba de chocolate.

Não sei o que me irrita mais: Dhomini&Sabrina ou o desaparecimento do meu livro do J. Carlos.

Compre meia dúzia de cerejas, um copo de creme de leite, uma dúzia e meia de framboesas, cem gramas de nozes já descascadas, um cálice de Cointreau, duas ambrósias. Pingue três gotas de néctar (informe-se), três fiapos de casquinha de nectarina, uma gota mínima de algália (informe-se, isto aqui não é cartilha para esse pessoalzinho que está fazendo mestrado). Bem. Ponha todos os ingredientes no liquidificador, acondicione corretamente nessas pequenas geladeirinhas portáveis e viaje para a Grécia. Tá na hora.
(Hilda Hilst)

Peguei na Cris. Perfeito. Lá tem mais "pequenas sugestões e receitas de Espanto-Antitédio para senhores e donas de casa".

Lição do dia: se eu realmente queria aprender francês, devia ter feito isso há dez anos atrás, quando ainda tinha todos os neurônios.

Descobri que meu liquidificador tem um coador, pra fazer sucos e tal. Não, eu não comprei o liquidificador ontem, e sim, eu uso com frequência, mas sinceramente esse negócio de coador é novidade. Mais de um ano pro bichinho aparecer, numa casa desse tamanho. Não perguntem.

Quando eu cheguei no trabalho hoje várias pessoas vieram perguntar como é que estava a rua, se estava tudo bem, coisas assim. Não entendi nada. Aí minha mãe ligou perguntando a mesma coisa e ainda brigou comigo, porque não entende como alguém pode ser tão desinformada. Eu moro de fundos, não faço idéia do que está acontecendo na rua enquanto estou em casa. Saí de casa direto pro trabalho, o que significa andar até a esquina, entrar no metrô e descer praticamente na porta do prédio (já sei que quando chegar nessa parte a Nanda vai me xingar e falar das duas horas no ônibus e da ladeira hehehe). Sei que isso não é desculpa. Ainda mais porque tenho que admitir que se eu estiver imersa nos meus pensamentos sou capaz de passar por vários ônibus pegando fogo e nem perceber. É um milagre que eu nunca tenha sido atropelada (aqui o Daniel diz: "milagre não! quero ver o dia em que eu não tiver lá pra te puxar na última hora!).

Na hora do almoço, no centro da Cidade, tudo tranquilo. À tardinha também.

Dizem que o Rio virou uma praça de guerra hoje, mas eu não tô sabendo de nada. Tenho que dar razão pra minha mãe, o dia em que o mundo acabar eu nem vou perceber.

Olha que fofo. Tá lá no blog da Bebel. Adorei, viu?

O que vocês vão fazer no Carnaval?

Eu tô pensando mesmo é no que vou fazer no meu aniversário. Quero voltar a receber os amigos em casa pra comemorar. Já tô planejando tudo, apesar de ser só em abril. Tô ficando igual ao meu irmão, que faz lista de convidados meses antes.

- Sua escova ficou na minha bolsa.
- Ah, e agora? Eu preciso dela pra pentear minha egüinha pocotó pocotó pocotó.

Depois reclama quando eu não atendo o telefone!

Essa está mais torta ainda, mas ela é tão lindinha que eu não resisti:

Lola, a caçula da família

(vai torto e com margem mesmo, porque eu não sei consertar)

Sabe aquela história de "eu era feliz e não sabia"?
Pois eu sou feliz e sei. Não pode haver nada melhor.

1964
Novembro, 11 - Enterro de Cecília Meireles. É demais! Vão-se as pessoas encantadoras, aumenta o vazio em torno. Não quis ver-lhe o rosto. Preferia ver, interiormente, a belíssima fisionomia de sempre, a verdadeira, incomparável Cecília. Não é propriamente medo de encarar a morte que me leva a afastar-me da essa (na qual eu poderia vislumbrar a antecipação do meu próprio fim). É o sentimento de que o rosto imóvel nada significa em relação ao rosto anterior, à pessoa viva a quem eu queria bem e admirava; pessoa que podia fitar-me de igual para igual, em vez de submeter-se à contemplação passiva. Os "antigos" presentes no saguão do MEC, em torno de Cecília: Onestaldo de Pennafort, Dante Milano, Rodrigo, Milton Campos, Marcos de Mendonça, Ana Amélia, Alma Cunha de Miranda, Manuel Bandeira, eu... Todos, mesmo sem dizê-lo, sentindo que havíamos perdido mais do que uma criatura admirada. Cecília era a poesia. É a poesia, mas ausente de nós.

(Carlos Drummond de Andrade, "O Observador no Escritório")

Minha conta de luz de fevereiro foi a menor dos últimos tempos: nove reais. Passada a surpresa resolvi ler a conta direitinho e vi que eles não fizeram a leitura do relógio esse mês, e só cobraram o "custo de disponibilidade do sistema elétrico". Me senti como uma pessoa que entra no supermercado só pra comprar um quilo de sal, e quando vai pagar descobre que é a cliente número um milhão e vai levar tudo que está no carrinho de graça, mas ela só tem um quilo de sal no carrinho. Se eu soubesse, tinha comprado um ar-condicionado e passado um mês muuuuito mais agradável!

ô bocó, eles não fizeram a leitura esse mês, mas vão fazer mês que vem, tá pensando o que? que a light é instituição de caridade? espera pra ver a conta de março!

Já que o assunto é esse, só eu acho a tarifa de energia um absurdo? E os aumentos mais ainda? O consumo diminui, mas a conta continua aumentando, não tem jeito.

Durante o almoço, li pra minha mãe um trecho de Filandras (Adélia Prado) que é a nossa cara. Nos identificamos tanto que não teve jeito, tive que dar o livro pra ela.

Tive que enfrentar uma temperatura absurdamente alta (nem tem mais graça reclamar do calor) e os peruanos assassinando Let it be num volume humanamente insuportável, mas valeu a pena, porque consegui livros novinhos por no máximo cinco reais: Fernando Sabino, Adélia Prado, Gabriel Garcia Marques e vários do Drummond. Mas acabei sem meus lençóis, porque parei nas barraquinhas no caminho pra Casa Veneza, onde pretendia aproveitar a promoção, e fiquei tanto tempo olhando os livros que tive que optar entre comprar os lençóis ou almoçar, e como o almoço seria na casa da minha mãe, nem pensei duas vezes. Os lençóis ficam pra outro dia.

E como hoje eu não vou ao Beach Soccer, tomara que não tenha jogo da França. Adoro jogos que acabam em briga e não quero perder outro showzinho do Cantona. O que será que ele vai quebrar no próximo?

A faxineira me viu ligando o computador a essa hora e já perguntou "você vai trabalhar em casa hoje?". Não, pode ficar tranquila, já tô saindo, e você pode ficar a vontade pra fazer o que quiser, ou melhor, pra não fazer o que quiser.

Fiquei tão empolgada com esse negócio de estudar francês que deixei passar em branco um momento de grande importância histórica: aprendi a fazer arroz. Dois dias seguidos comendo um arroz decente, gostoso, e feito por mim. Eu gosto de arroz, mas não é de qualquer um. Tem que estar perfeito, e quentinho, pra eu gostar (arroz requentado, nem pensar). Sou tão exigente que até hoje eu não comia o meu próprio arroz. E eu não acredito que estou fazendo um post sobre arroz.

Pergunta: porque você quer aprender francês?
Resposta: porque eu acho muito importante aprender uma terceira língua e porque eu adoro francês porque eu a-do-ro ver filmes franceses e muita gente acha que filmes franceses são chatos mas você tem que ter paciência porque são filmes muito profundos e você precisa pensar o tempo todo enquanto assiste e são filmes sobre o cotidiano e você faz paralelos com a sua vida e fica refletindo e pensando e filmes europeus são muito mais profundos que filmes americanos e eu vejo muito semana passada assisti um que era chato e eu quase desisti mas não desisti porque eu já disse você precisa ter paciência porque você sempre aprende alguma coisa pra sua vida e eu assisto na net e frequento o espaço unibanco porque no espaço você consegue ver filmes franceses então eu vou muito lá no espaço porque filmes franceses...

Eu não mereço.

Pregui...

Pra começar o fim de semana feliz:

"Você está grávida?... Tem certeza?... Não mente pra mim... Olha essa barriga, isso é barriga de grávida!"

Se não fosse a minha própria mãe, ia ouvir muito desaforo.

O que será que estão esperando para decretar estado de calamidade pública?
Alguém entrar em combustão no meio da rua? Se for, falta pouco.

Faltam "apenas" 39.816,1 pontos para eu trocar meus pontos do SmartClub por uma passagem de ida e volta pra Paris.
Só falta gastar, na melhor das hipóteses, uns 200 mil reais em lojas conveniadas.

Tô quase lá! ;)

Olha a glue! Olha a glue!
Five pilha um real!

Alguém já viu esse comercial? Nem que me oferecessem um curso completo digrátis eu aceitaria. Ainda seria muito caro.

Depois disso, sabe quando eu terei coragem de mergulhar em Saquarema de novo? Nunca.
Vou passar o carnaval todo tomando banho de baldinho na praia.

Tá, eu sou exagerada e medrosa, mas não deviam ter me mostrado essas fotos.

Gangues de Nova Iorque. Finalmente um filme que termina e a gente pensa "que filme!". Adorei.

É até ridículo que, com tanta coisa pra falar sobre o filme, eu só consiga dizer "adorei". Não adianta, eu não consigo escrever sobre filmes. Mas consigo falar. Daniel que o diga. ;)

Centro da cidade, fim de expediente, quase sete da noite. Temperatura: 39º

É até engraçado pensar que há alguns (na verdade, há muitos) anos atrás eu ficaria feliz com esse calor. Acordava e ficava feliz se estivesse sol, porque ia passar o dia inteiro na praia. Hoje eu acordo, vejo o sol e já desanimo. Antes de chegar na esquina eu já derreti. E olha que a minha rua até que tem sombra e não é das mais quentes.

Eu confesso: eu assisto Big Brother.
E aí, vai encarar?

Frase da semana: "você está fanha!".

É, eu sei. Vai, pode rir, não tem problema.

O único lado bom (ou menos pior) da sinusite é a inalação. Adoro.