Acho que a meu regime é o único no mundo que permite tomar sorvete 4D.
Mas quem conhece esse sorvete (sei que tem no Shopping Tijuca e no Rio Sul) vai me entender. Tomei sem culpa, acho que assim nem engorda. Hohoho
Mas quero agradecer a todos os queridos amigos que comentaram, escreveram, me apoiaram e me fizeram perceber que não estou maluca (ainda). Ainda não estou cem por cento, mas tô me cuidando, de verdade, e logo, logo estarei ótima. Obrigada a todos. De coração.
E hoje eu recebi uma notícia maravilhosa. Desculpa se não posso falar o que é, porque diz respeito a outras pessoas que não sei se gostariam que o fato fosse divulgado. Mas quero dizer que estou muito feliz. E quero ver todo mundo feliz também.
Fico devendo mais e mais posts. Tanta coisa pra falar, mas não agora. Tô trabalhando ainda umas coisinhas na minha cabeça.
Nem sei o que escrever. Não sei dizer o que estou sentindo. Não sei mesmo, mas preciso falar alguma coisa, não posso deixar um momento importante como esse passar em branco (alguém ainda tem alguma dúvida da importância histórica dessa eleição?)
Ah, minha gente, Lula presidente, Presidente do Brasil. LUÍS INÁCIO LULA DA SILVA - PRESIDENTE DO BRASIL.
Não quero racionalizar nada agora. Não quero falar das dificuldades que ele vai enfrentar - porque sei que elas virão, não sou tão inocente e não acredito em milagres. Não quero pensar nas cobranças, que já começaram, pois se já ouvi a pérola campeã do milênio: "só quero ver se no Natal as coisas vão estar melhores" (no Natal de 2002, vejam bem, quando Lula ainda nem terá tomado posse!).
Esse post gigantesco aí debaixo tá com a data errada, foi escrito hoje (madrugada de 22 pra 23/10), alguns minutos antes desse. Não que isso faça tanta diferença, mas enfim...
Quanto ao filme, desisti de assistir, pelo menos dessa vez.
Há séculos eu quero ver Rocco e seus irmãos. É daqueles filmes que ficam na listinha de "filmes que eu quero/preciso ver" eternamente... porque sempre que eu chego na locadora tem um que eu quero ver mais, ou então só lembro quando chego em casa, aí juro que na próxima vez vou alugar, e na próxima vez eu esqueço, e aí juro... bem, vocês já entenderam.
Finalmente eu aluguei a fita. Mas deve existir alguma maldição que me impede de assistir esse filme, não é possível. Pois quando eu estava assistindo, comecei a passar mal e parei de ver. Não foi nada demais, apenas uma falta de ar que já está se tornando freqüente. Como estava sozinha em casa, fiquei nervosa, tão nervosa que não conseguia segurar o copo pra beber água. Liguei pros meus pais, e aí já estava chorando, apesar de não estar sentindo mais nada, aí minha mãe se apavorou e eles saíram de casa nessa chuva pra vir ficar comigo. Fiquei me sentindo ridícula, porque até eles chegarem aqui eu já estava bem.
Agora serei obrigada a ir ao um médico, porque meus pais descobriram que não é a primeira vez que eu sinto isso. Acho que o médico só vai servir pra desempatar, porque já tenho vários diagnósticos: a Nanda achava que eu estava desenvolvendo uma síndrome do pânico, agora acha que é alergia; minha sogra acha que pode ser asma; meu pai disse brincando que eu estou maluca, isso sim; minha mãe acha que é nervosismo, stress; Daniel acha que eu não tenho nada físico, e é tudo coisa da minha cabeça. (perceberam que são vários, mas quase todos os diagnósticos dizem a mesma coisa: que eu estou maluca?)
Amanhã irei ao médico só pra ele me indicar um tratamento psicológico, tenho certeza. Mas antes disso, claro que ele vai me mandar fazer milhares de exames, aqueles que eles sempre mandam e eu não faço. Pelo menos dessa vez já sei o que dizer no momento-humilhação-mor, que é quando eu preciso avisar ao médico que eu não tomo comprimidos (sim, eu não consigo tomar comprimidos, não me olhem assim, eu juro que eu sou normal): "meu amigo, eu vim aqui porque eu sinto a minha garganta se fechar tanto que eu não consigo respirar, e você quer que passe um comprimido por onde não passa o ar? Por favor!!"
E antes que eu me esqueça: eu ODEIO todos os nerds fãs de Star Wars e quero que todos morram lenta e dolorosamente.
Minha alegria é que eu sei que George Lucas vai morrer antes de terminar o episódio 3.
Meu irmão me chamou pra ir hoje ver a troca de corda dele na capoeira, mas esqueceu de avisar pra eu levar um babador. A última vez que eu tinha visto ele jogando ele tava bem no início mesmo, agora fica lá, dando piruetas, o abusado. E ainda teve maculelê (que lá em casa a gente chama de "bundalelê", não tentem entender), lindo!
A roda de capoeira dele é bem legal, reúne pessoas "normais" com portadores de todos os tipos de deficiência (física, mental, sensorial). No próximo batizado eu vou convidar todo mundo. Ê corujice!!
Exigência: fundamental incompleto (até a 4a série)
Atribuições: abrir e fechar os portões, atender chamadas telefônicas, transmitir recados, hastear a bandeira, receber correspondência, etc
Salário: R$ 812,16
E pensar que ano passado a faculdade inteira se mobilizou pro concurso pra professor (exigência: superior completo, com licenciatura plena), pra ganhar 600 reais. Auxiliar de serviços gerais é a profissão do futuro. Segunda-feira eu vou lá me inscrever.
Desconfio que eu sou uma das poucas pessoas que lêem a seção de cartas dos jornais.Vocês não sabem o que estão perdendo! Como prometi, vou reproduzir aqui algumas cartas publicadas hoje. Demorei pra acreditar no que estava lendo. Mas é verdade.
As cartas se referem a essa sensacional coluna do Veríssimo, publicada em 15/10. Leiam o Veríssimo e depois as cartinhas:
"A coluna de Verissimo de 15/10 é um amontoado de besteiras preconceituosas contra o candidato do PT. Luiz Inácio Lula da Silva foi chamado de retirante, pau-de-arara, gentinha, pé-rapado brasileiro. Tudo porque ganhou uma garrafa de vinho Romanée-Conti. Verissimo cometeu discriminação quando o chamou de pau-de-arara e falou em "subir pelo elevador social".
"Ao ler a coluna de Verissimo "A audácia!" (15/10), fiquei indignada com o tamanho do preconceito desse intelectual. Lula é o sinônimo do brasileiro que, como milhares, não teve oportunidade de quase nada, e corre atrás do seu objetivo: um Brasil mais justo."
"Eu e minha família estamos indignados com a opinião do Verissimo em sua coluna de 15/10, por ele ter demonstrado claramente que não gosta de pobre decente, capar de ser alguém na vida e na sociedade. Ele não só humilhou o Lula como toda uma nação que luta para um país melhor."
"Como pode um escritor do quilate, do berço, da inteligência e da elite de Verissimo escrever um texto racista e elitista como esse de 15/10? A humildade tem que fazer parte desse escritor, que exclui uma enorme parcela da sociedade das coisas mais finas que ele julga ser só para os ricos e para ele."
"Verissimo foi infeliz, sobretudo, ao chamar-nos de gentinha. Posso não ser dotado de uma situação que me permita tomar Romanée-Conti, mas vale lembrar que a maior parte deste país também não. E que não é por conta disto que podemos ser considerados gentinha. Pelo contrário o povo, de maioria humilde, é trabalhador. A questão está no scular problema da desigualdade. Que Verissimo me perdoe caso tenha interpretado de forma equivocada seu texto."
Verissimo responde: "Quando o leitor não entende o que um jornalista escreveu, a culpa é sempre do jornalista. Peço desculpa a quem não entendeu a intenção da coluna. O alvo era o preconceito social implícito na reação desmedida ao fato do Lula ter toamdo um bom vinho. Talvez tenha faltado o aviso "Atenção: ironia". De qualquer jeito, culpa minha."
Vocês precisam ler as "cartas do leitor" do Globo de hoje. Não sei ainda se é pra rir ou pra chorar. Acho que não tem na versão online, mas quando eu chegar em casa vou transcrever algumas aqui. Vale a pena.
Eu adoro meus amigos da faculdade. Pena que os veja tão pouco. O ruim é que sempre que encontro com eles acabo ficando com uma sensação doída de fracasso... de ver todo mundo terminando monografia, estudando pro (ou no) mestrado, fazendo pesquisas e trabalhos interessantes, enfim, indo pra frente, enquanto eu estou aqui, igual ao bonequinho aí embaixo.
Eu não sei se alguém percebeu, mas ontem eu apaguei um post. Nunca tinha feito isso, e nem precisava estar contando, mas acontece que não gostei de fazer isso. Escrevi uma coisa que eu estava sentindo muito no momento, e depois achei que não devia ter escrito porque poderia magoar uma pessoa. Não era pra ela se sentir magoada, ou ofendida, mas poderia acontecer, e resolvi não arriscar. Não sei se fiz certo. Até pensei em postar novamente, mas não faria sentido agora. Deixa pra lá então.
Que chato ficar sem comentários... e sem poder comentar nos outros blogs que usam o YACCS também. A Mary conta que tá nevando e eu não posso registrar minha inveja mortal! Não é justo.
Também não tenho nada pra escrever. Preguiça.
Hmm, dois pecados capitais no mesmo post. Melhor parar por aqui.
update: se alguém sentir uma vontade incontrolável de comentar (alguém mais, além da Nanda?) é só clicar no meu nome aí embaixo e mandar um email. Vocês não sabem como eu vou ficar feliz.
Eu quase fui ao show do (ou da?) Sandy&Jr. com meu irmão. Foi por pouco. Fui salva no último minuto, quando meu pai resolveu cumprir com suas obrigações de pai e me livrou dessa. O ruim é que eu perdi um ótimo post.
a galinha, como vocês já sabem, na verdade era uma gatinha, que não tinha praticamente função nenhuma na história, tanto que ficou esquecida até quase o fim do filme, quando aparece pra ilustrar uma cena melodramática. O filme em si não é bom, nem ruim (eu já cansei de dizer que não sei escrever sobre filmes, só tô abrindo uma exceção pra saciar a curiosidade de vocês). É um filme legalzinho, mas bem bobo, sem nada demais. Talvez eu tivesse gostado mais se conseguisse, desde o princípio, diferenciar as protagonistas, quatro coreanas. Eu não daria uma ótima crítica de cinema?
Como a Nanda já disse num comentário aí, a espera pelo filme foi melhor do que o próprio filme. Principalmente porque, como estávamos cansadas, sentamos e deixamos a Benezinha na fila guardando nosso lugar. Benezinha é a boneca da Benedita, que ficou lá, sozinha, em pé na fila, morrendo de medo de ser pisoteada. Mas todo mundo na fila era educado, e respeitaram a Benezinha.
Finalmente cortamos as unhas da Pandora. "Cortamos", lógico, é modo de dizer, porque eu não tenho coragem de fazer isso, sempre acho que vou machucá-la. Pra quem não conhece, Pandora é a terceira moradora da casa. Uma ferret linda (e algum não é?). Hoje, na rua, um jardineiro perguntou: "isso é um tamanduá?". Tudo bem que ferrets não são muito conhecidos, sempre que ela sai na rua desperta curiosidade, as pessoas param pra olhar, fazer perguntas. Mas confundir com um tamanduá? Por favor!
Taí uma foto, ainda com as garras grandes (e com um olho verde, não sei porque)
Nesse momento de decepção, deixo a palavra com o Veríssimo:
Nossa guerra de independência foi uma briga em família, com conotações edipianas: um filho se rebelando contra o pai e levando um país junto. Mas não nos transformamos em república, como outras colônias liberadas. Preferimos continuar sendo um reino, como Portugal, um Portugal apenas maior.
Este episódio inaugural nos condenou a vivermos sempre nesta doce irresolução, neste eterno ser ou não ser, deixando para a elite — para os príncipes — a tarefa de fazer a nossa história. Que, fatalmente, foi sempre mais uma pantomima do que uma história real com transformações e conseqüências reais, como acontece em países menos brasileiros.
O Lula não conseguiu ser presidente do Brasil até agora por várias razões, mas uma delas seria o medo inconsciente de rompermos este padrão, que sobreviveu à Proclamação da República. Todos os nossos presidentes republicanos, eleitos ou impostos, foram descendentes metafóricos dos nossos dom Pedros, representando facções diferentes do mesmo patriciado. Nossas leis trabalhistas, que durante algum tempo eram das mais avançadas do mundo, foram impostas por um ditador filofascista saído do patriarcado rural de um estado sem tradição industrial, e foi o mais próximo que chegamos de uma revolução social.
Éfe Agá e Lula são criaturas de uma mesma época, a do regime militar instaurado em 1964 e da resistência ao seu domínio de 20 anos, mas um se elegeu presidente na sua primeira tentativa porque tinha o mesmo passado do outro mas outra linhagem. Era da prole dos príncipes.
O possível sucesso de Lula na sua quarta tentativa se deveria a uma convicção, até em quem a gente nunca esperaria, de que o padrão não serve mais. De que a história feita só na superfície não muda o essencial. De que a sociedade mais desigual do planeta precisa de outro começo.
Lula pode ser isso, o nosso dom Pedro plebeu? No estado de confusão e dependência econômica em que receberia o país, provavelmente não.
Mas sua eleição seria histórica e simbólica assim mesmo. Um pouco como a do Mandela na África do Sul, que também não fez milagres mas foi uma prova física, flagrante, de recomeço radical num país também preso a uma síndrome de preconceitos antigos.
Nas suas tentativas anteriores, Lula enfrentou um candidato fabricado, Fernando Collor, que representava a modernidade neoliberal e acabou, como outras modernidades neoliberais do continente, corrido do governo por corrupção. Depois enfrentou, por duas vezes, Éfe Agá, que representava o melhor que o nosso patriciado esclarecido poderia produzir. E portanto o limite do que a prole do primeiro Pedro poderia oferecer.
O adversário mais forte agora, José Serra, representa a continuação do padrão, por mais que diga que não. Se Serra for para o segundo turno, todas as apostas do patriciado ameaçado estarão nele. Isso se não ficar provado que o anti-Lula da vez é o próprio Lula, que — com outro discurso, um vice liberal e a barba grisalha — seria uma garantia de que o essencial, afinal, não vai mudar tanto assim.
Enfim, saberemos o que esperar antes que o galo da segunda-feira cante três vezes.
Eu adoro dia de eleição.
Mesmo que eu tenha que ficar na fila ouvindo "é um absurdo alguém deixar de votar num cara preparado, experiente, economista, pra votar no Lula"
Essa semana foi complicada, quase não tive tempo livre, por isso o blog tá tão abandonado. Como sempre pensei em duzentos mil assuntos pra escrever, mas eu não tenho memória e aí já viu. Semana boa, agenda cheia (gosto disso), muitos filmes, algum estudo, comi como uma vaca (novidades, Angélica, conte novidades), a irmã de uma menina do trabalho colocou silicone nos seios (sinceramente eu acho que isso não é importante, mas ela contou com tanto entusiasmo e com tantos detalhes que merece ser citada), fui a única que não ganhou bichinhos de pelúcia do mc donald's, meu chefe finalmente tá entendendo o quanto eu me sinto deslocada no "ambiente de trabalho" e tá facilitando as coisas pra mim (isso é um alívio tão grande que vocês nem podem imaginar). E se vocês gostam de pirulito - sem gracinhas, por favor - deviam provar o Zazá. Tô falando sério.
(eu confesso, escrevi "algum estudo" só pra não me sentir culpada)