Eu não gosto de comer na companhia de pessoas que não são minhas amigas, mas apenas "conhecidas". Almoçar com "conhecidos" é pior do que almoçar com estranhos, porque com os estranhos você não precisa conversar, e eles não ficam observando o que você está comendo (tá bom, alguns ficam!). E um estranho dificilmente olharia pro seu prato, depois para você e falaria: "AINDA BEM que eu não gosto de comer essas coisas, essas frituras, só gosto de salada!!".

A resposta estava na ponta da língua. "Que bom! Assim o que você economiza na comida pode gastar depois em água oxigenada pro cabelo." Não seria muito boa, eu sei - na verdade seria péssima - mas na hora foi o que eu consegui pensar (depois, é claro, pensei em centenas de respostas incríveis). Mas eu fingi que não ouvi. E depois fiquei puxando assunto sobre coisas que eu sabia que ela não conhecia, e ela ficou sem graça sem eu precisar ser grossa. Como eu sou infantil. E bocó.

Mas, no fundo, no fundo, estou com vontade de chorar. Não é porque eu esteja triste, mas preciso desabafar um pouco.

Hoje eu entendi o real significado daquela frase feita que avós adoram dizer: "vocês tem saúde, e é isso que importa". Verdade. É isso que importa. Com saúde, e ao lado das pessoas que amamos, nenhum problema é insolúvel. Nenhum. E se a vida está nos testando, ela vai se surpreender.

Lula: "É preciso menos leviandade e mais seriedade. É preciso saber a serviço de quem essas pessoas estavam trabalhando".

Se o Fluminense não tivesse feito o segundo gol, eu teria dormido no Maracanã.

E essas buzinas são realmente insuportáveis. Mas eu queria uma. Só não compro por causa da Pandora, seria muito barulho pra ela.

"O meu descompasso com o mundo chega a ser cômico de tão grande. Não consigo acertar o passo com ele. Já tentei me pôr a par do mundo, e ficou apenas engraçado: uma de minhas pernas sempre curta demais. O paradoxo é que minha condição de manca é também alegre porque faz parte dessa condição. Mas se me torno séria e quero andar certo com o mundo, então me estraçalho e me espanto. Mesmo então, de repente, rio de um riso amargo que só não é um mal porque é de minha condição. A condição não se cura, mas o medo da condição é curável." (Clarice Lispector)

Recebo um email da minha orientadora perguntando por onde eu ando. E me cobrando coisas. Só então me lembro que não contei pra ela que eu abandonei a faculdade.

Abandonei não, "tranquei", que é o que fazem as pessoas que não tem coragem de simplesmente dizer tchau e bater a porta.

"Mas você gostava tanto!", "falta tão pouco!". Um pouco que é muito. E eu não preciso de outro diploma ocupando espaço na gaveta. Se é pra ser só isso, é melhor deixar pra lá. Ou pra mais tarde, quem sabe. Agora não dá. Simplesmente não dá.

Hoje foi um dia estranho (hoje=ontem, vocês entendem, né?). Senti tanta coisa diferente, e tudo mudando tão rápido, que nem sei dizer se foi um dia triste, feliz, ou sei-lá-o-que. Foi estranho, mas não incomum, nem raro. Sabe, eu tenho muitos dias estranhos. Muito mais do que o recomendado. Mas entre estar triste ou com raiva, eu prefiro a raiva. Sério. Porque minha raiva hoje tinha um motivo real, e um alvo certo, e a "tristeza" (melancolia?) é aquela coisinha que vem não se sabe de onde, e portanto é muito mais difícil de lidar.

Eu disse que não saberia definir o dia de hoje. Bem, ele terminou feliz, então foi um dia feliz. :)

Ah sim, eu vi Homem Aranha. O que eu achei? Er... bem... hmmm... deixa pra lá.

Chegamos cedo no cinema e só tinha mais uma pessoa na sala. Aí entrou outro cara, olhou aquele cinema cheio de lugar vazio e obviamente sentou na minha frente. Murphy é pouco.

Minha irmã me convidando para assistir um show do RPM: não pense no Paulo Ricardo de hoje, lembre como a gente queria ver esse show!. Tá, eu queria muito assistir ao RPM, mas isso foi há quase vinte anos!! No final, ela me convenceu. Acho que o show é só em julho, mas agora eu me empolguei. Tanto que fico lembrando das músicas, e mandei um email pra ela dizendo:

e aí, animada pro show? Será que o Paulo Ricardo vai gritar: "nos teclados, Luis Schiavon!!"?
(tentem ler com a entonação do Paulo Ricardo em "Rádio Pirata", se é que alguém além de mim ainda lembra disso).

Sinto que não devia ter mandado esse email, porque ele mudou a vida da minha irmã para sempre, e de forma traumática. Pois hoje ela me ligou dizendo:

fiquei em estado de choque quando li sua msg! Luis Schiavon???? Até hoje eu achava que ele gritava: Luís, estique a mão!

Luís, estique a mão.
Eu mereço.

O fim de semana já acabou?

Que puxa!!

Depois de muito tempo adiando eu assisti essa semana o DVD de extras do Poderoso Chefão. Aí não teve jeito, passei o resto da semana com vontade de rever os filmes. Finalmente hoje vi o primeiro. Vocês não sabem como eu adoro esse filme. Por causa dele passei muito tempo da minha infância sonhando em ser italiana.

Ao contrário do que o post anterior pode ter deixado transparecer, a festa ontem não foi um saco. Bem, não foi bem o meu ideal de diversão, mas levando em consideração que era aniversário do meu chefe, só com pessoas do trabalho, foi até bem melhor do que eu esperava.
É claro que os docinhos ajudaram muito.

Por que pessoas que trabalham a semana toda juntas quando se encontram numa festa sábado à noite só conversam sobre... trabalho?

Caramba, eu tô nervosa até agora. O jogo já acabou há horas. Já ganhamos. GANHAMOS. Ouviu, estômago? Ganhamos.
Ele não me escuta. Alguém avisa ao meu estômago por favor. Obrigada.

Eu não aguentei e dormi. Como se eu não soubesse que isso iria acontecer. Que raiva.
Mas consegui acordar e me arrastar até a sala no final do primeiro tempo. A tempo de assistir a mais da metade do jogo, quase chorar com a expulsão do Ronaldinho Gaúcho (sim, eu tive que me segurar pra não chorar, já disse que sou "mulherzinha na Copa") e gritar triunfalmente ao final:

É TRÉTA !!!

É "tréta" mesmo, errado assim. E eu sei que tinha que gritar "é penta!", mas aqui em casa é assim. Porque sim.

Eu tenho orgulho daqueles que amo.
Eu tenho orgulho dos meus amigos.

Estou cansada e morrendo de sono. Mas se eu dormir agora eu não acordo pra ver o jogo. E se o jogo começar e eu não aguentar assistir até o final? Oh, dúvida cruel.

Este sábado: Leandro Konder estréia no JB.

Presidente do Perugia: 'Ahn não colocará mais os pés aqui'

Por ter feito o gol de ouro que eliminou a Itália nas oitavas-de-final da Copa do Mundo, as portas do Campeonato Italiano se fecharam para o atacante coreano Ahn, que atua no Perugia, clube da Primeira Divisão. O presidente não quer nem ouvir falar do jogador que 'humilhou e ofendeu o país que o acolheu e ainda feriu o orgulho italiano'.
- Basta, esse (Ahn) não voltará a colocar os pés no Perugia. Não quero mais vê-lo. Já ordenei que ele não volte. Estou indignado, ele só despontou no Mundial quando nos enfrentou - afirmou indignado Luciano Gaucci, presidente do Perugia, acrescentando que não pagará mais 'a um jogador que arruinou o futebol italiano'.

E aí vem o pior:

O presidente ainda provocou o coreano.
- Que fique na Coréia ganhando 100 liras por mês - provocou.

O resto da notícia você lê aqui.

É véspera de Copa do Mundo e você é convidado para participar de um bolão, onde cada um aposta dez reais. Você recusa, porque dez reais é muito dinheiro, e não vale a pena. Dez reais. Mas como você já fez suas previsões mesmo, coloca no bolão só pra ver sua colocação, sem participar, sem ter direito a prêmio nenhum, porque você não quis gastar dez reais. Dez reais. Mas outras 70 pessoas acharam que valia a pena gastar esse dinheiro. E agora você está em primeiro lugar do bolão. Na frente dos 70. E não vai ganhar nada. E não adianta colocar a culpa em Murphy.

Póis é. Eu conheço essa pessoa.
Só não sei ainda se ela merece dormir no sofá por um mês.

Li na coluna da Ana Cristina Reis:
Aos 13 anos comprei na Disney um broche de plástico que dizia: “Amo você mais do que ao próprio chocolate”.

Isso é que é declaração de amor.

Parece que About a boy estréia 12 de julho aqui no Rio. É a adaptação de um excelente livro, Um Grande Garoto, do Nick Hornby. Até agora só ouvi falar mal, mas eu tenho esperança de que seja um ótimo filme, porque o livro merece. De qualquer forma, não tem como ser ruim um filme que tem o Hugh Grant.

Nossa, como eu tô mulherzinha hoje. Que saco. Esse post era pra ser sobre o filme e o livro, não sobre o Hugh Grant.
Então, leiam o livro. Eu garanto que vocês não vão se arrepender.

Momento mulherzinha na Copa

Torcer contra o Beckham deve ser até pecado. Tenho que consultar a Bíblia até quinta-feira.
Pensando bem, quem se importa com uma Copa que nem tem mais o Figo?

Para Nanda, que me pediu. E para todos, mesmo que não tenham pedido.

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

Edição dos Cadernos da Comunicação, com relatos de navegadores que estiveram no Rio de Janeiro no século XVI.
Para receber, envie um email para a Secretaria Especial de Comunicação Social do Rio de Janeiro, informando seu nome completo e endereço.

Dor de cabeça, dor de garganta, dor de ouvido. Mais alguma coisa? Não, isso aí já chega. Obrigada.

Navegando na História

Não me lembro de um final de novela tão cafona quanto do Clone. Olha que a disputa é grande, mas aquele beijo emoldurado ultrapassou todos os limites do bom gosto. E do bom senso. Você não viu? Sorte sua.

Por favor, me digam que na vida real não existem homens tão idiotas como aqueles da propaganda da Prudence.
E, se existem, eu espero que nunca tenham oportunidade de usar camisinhas, Prudence ou não. Eu ia dizer "espero que morram sem comer ninguém", mas eu sou uma menina educada.

Ontem foi aniversário do Fernando Pessoa e eu deixei passar em branco.
Eu não queria procurar poesias na internet. Queria tanto ir ali até a estante, abrir um livro e copiar. Mas meus livros do Fernando Pessoa não estão aqui. Onde está escrito "meus livros do Fernando Pessoa", leia-se: "os livros da minha irmã". É muito triste isso de você dividir uma estante com outra pessoa, porque você fica achando que tudo que tem ali é seu, e você não vai ficar comprando livros repetidos. Aí, na hora de se mudar é como uma separação. Eu me separei de tantos livros que eu amo. Não pensem que isso não dói.

Mas a minha mudança não foi algo triste, não me entendam mal. Nunca estive tão feliz.

E não é verdade que o mocinho do funk apenas liga o rádio e sai de casa. Porque ontem ele estava na janela dançando. Vocês conseguem imaginar? Pois nem tentem.

Fiz tantos planos pro grande dia do "transtorno"... mas todos incluíam esforço físico e/ou deslocamento para longe de casa. Eu só não contava acordar com essa preguiça. Mas agora não tem jeito e vou transformar o dia do transtorno no dia da preguiça. Talvez eu vá ao cinema. Mas só se tiver algo de bom num cinema que eu possa ir a pé. E só talvez.

"Desculpe o transtorno. Devido às obras não haverá expediente amanhã, 14/06."
Que transtorno, hein??

Que vergonha.

Já viram que eu coloquei comentários? Não quero mais ninguém reclamando que não pode dar palpite. :)

Não tinha como não ser sucesso, afinal, quem não odeia o Galvão Bueno??

Tem esse pai no prédio aqui em frente que ainda não entendeu que os filhos não gostam de jantar. Todo dia é a mesma novela: ele grita, os filhos gritam, ele fica com raiva e grita mais alto, eles não se intimidam, ele bate nas crianças e aí é que elas abrem o berreiro. Quando eu digo todo dia, não é modo de dizer, as crianças fazem um escândalo todo dia na hora do jantar. Eu nem me importaria se tudo isso não acontecesse praticamente dentro da minha casa.

Já tá na hora desse cara mudar seus métodos de convencimento. Ou de aprender a cozinhar.
Os vizinhos agradecem.


Mas vamos relativizar. O berreiro tem hora marcada, e dura pouco. Não é nada, se compararmos ao imbecil que escuta funk e tem o aparelho de som mais possante do universo.

"É tão difícil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. É tão silencioso. Como traduzir o silêncio do encontro real entre nós dois? Dificílimo contar: olhei para você fixamente por alguns instantes. Tais momentos são meu segredo. Houve o que se chama de comunhão perfeita. Eu chamo isto de estado agudo de felicidade."
(Clarice Lispector)

Coitadinho do Batistuta...

Já imaginou se uma amiga vai te apresentar o novo namorado e fala assim: "Esse é o Fulano, é ele quem cria os textos dos outdoors da Veja"?

Que constrangedor.

"A obra de Thompson aliou paixão e intelecto, os dons do poeta, do narrador, do analista. Ele foi o único historiador que conheci dono não só de talento, brilhantismo e erudição - e da dádiva da escrita - como também capaz de produzir algo qualitativamente diverso de tudo aquilo que o resto de nós produzimos, implausível de ser medido pela mesma escala. Chamemos simplesmente de genial, no sentido tradicional da palavra."
(Eric Hobsbawm, sobre E. P. Thompson)

Tirei da introdução desse livro aqui, que eu ganhei hoje. Quem se interessa por História deveria ler Thompson. Quem não se interessa também. O primeiro artigo dele que eu li foi "Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial", e a partir daí passei a encarar a História e os processos sociais de um novo ângulo. É um texto pequeno, fácil de ler e que te faz pensar. Você encontra neste livro.

E até quando os jornais vão manter na pauta matérias sobre as mudanças de hábitos dos torcedores durante a Copa do Mundo? As 3 primeiras podem até ter sido interessantes (tenho minhas dúvidas), mas acho que depois de 997 mil matérias já podemos encerrar o assunto, não?

E eu não acredito que a Coréia não tenha nada, absolutamente nada de bom, como Xexéo quer nos convencer. Aconselho não ler depois do Veríssimo. É covardia.

Faça seu dia mais feliz:
Comece a ler agora A Descoberta do Mundo (Clarice Lispector).
E imagine que já houve um dia em que você abria o jornal e essas crônicas estavam lá.

E meu curso de História do Renascimento está sendo realmente muito produtivo. Hoje discutimos a diferença entre o "individualismo burguês" e a "individualidade anarquista". Quem esperava aulas sobre Da Vinci deve estar muito decepcionado.

Reunião de trabalho: "eu quero quebrar paradigmas", "assim nós podemos quebrar paradigmas", e por aí vai.
Sou obrigada a lembrar do comentário da Nanda: "paradigma é a palavra que pessoas burras usam quando querem parecer inteligentes".

Acho que resolvi o problema da scroll bar. O resto só mais tarde.
Enquanto isso, por favor, não pensem que minha pagina é esse lixo que vocês estão vendo. Tenham um pouco de paciência comigo.
(eu escrevo como se essa página tivesse muitos leitores ;)

Ah, que ótimo. Só agora percebi que quadros estão tracejados. Sem falar na scroll bar laranja.
No computador lá de casa estava tão bonitinho.
Pior é que ninguém comentou nada. Será que tavam achando que era pra ser assim mesmo??

Bem que poderiam fazer uma promoção do tipo "seja a última pessoa no universo a assistir Homem Aranha e ganhe um milhão de dólares". Eu ficaria rica, fácil.

Conversa de bar: sempre que o assunto é sobre HQs eu sinto que parei no tempo. Eu só queria que continuassem a publicar a Luluzinha.

Mais um dia sem koleca e eu vou ter que cortar o cabelo.

Sábado à tarde: chá de panela. Salão de festas, cinquenta mulheres, muitas crianças, nenhum homem.
Um dia eu ainda vou entender esse ritual. Ninguém se diverte, além das organizadoras, que ficam pintando a coitada da noiva, que normalmente nem queria chá de panela nenhum. Depois do terceiro erro da noiva e das mesmas brincadeiras patéticas, desisto de assistir e ataco a mesa de doces. Sinceramente, será que essa palhaçada toda é necessária? Ou sou eu que sou muito chata?

Enfim, por uma amiga a gente faz tudo. Principalmente se é uma amiga tão querida.

E o bolo de aipim estava muito gostoso.

Bocozices oficialmente no ar!!